Em Espanha a crítica às sondagens está ao rubro. As sondagens previam um pior resultado para o PP e um melhor resultado para o Podemos, que se tornaria a segunda força política, ultrapassando o PSOE. Ou seja, estava no ar a possibilidade de um governo "progressista" liderado pelo Podemos.
Ora o PP ganhou com 5 deputados a mais do que lhe dava a sondagem mais favorável e mais 21 do que anunciou a empresa Metroscopia no ‘El País’. E o Podemos ficou aquém do PSOE.
Um dirigente da Sigma Dos justificou-se dizendo que os votos do referendo britânico acabaram também por cair nas urnas espanholas. Outro argumento refere que os eleitores terão mentido ao indicar o seu voto, em prejuízo do PP.
Os motivos, tal como os chapéus, podem ser muitos, mas convém separar o ‘trigo do joio’ e refletir seriamente sobre as razões sociais, políticas e técnicas capazes de explicar o sucedido.
Por exemplo, não se podem confundir as sondagens propriamente ditas e as chamadas "sondagens à boca de urna". Estes inquéritos medem comportamentos ("como votou?"), as sondagens avaliam intenções futuras de voto. Uma falha nos primeiros terá sobretudo razões de ordem técnica, enquanto nas segundas pesarão estas ou outras de cariz sociológico ou político.