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Jorge de Sá

Contas avariadas

Não é correto nem justo afirmar que as sondagens falharam.

Jorge de Sá 11 de Novembro de 2016 às 01:45
Na Bíblia há dois bodes expiatórios: um é sacrificado e o outro, carregando os pecados do povo, abandonado no deserto. Na sequência da vitória de Trump há quem queira fazer o mesmo com as sondagens de opinião, carregando-as com as culpas da sua própria surpresa e expulsando-as da gestão da política ou, mesmo, proibindo-as.

E, no entanto, não é correto, nem justo, afirmar que as sondagens falharam, porque não foi esse o caso em relação a dezenas de sondagens que, ainda nos três dias anteriores às eleições, colocavam Trump à frente ou Clinton um ou dois pontos adiante (acabou por ter mais 0,2% dos votos apesar de não ser eleita).

É o caso das sondagens realizadas pela USC Dornsife para o LA Times, pelo TIPP para o IBD, ou pela Univ. Quinnipiac. Como em tudo na vida, há sondagens feitas com rigor e outras que nem tanto e, para além disso, há técnicas distintas de construir amostras, recolher dados e tratá-los.

Há amostras enviesadas, porque mal feitas ou até pelo silêncio ou recusa de certo tipo de inquiridos. O problema está na utilização incorreta de sondagens, por exemplo, quando analistas que nem sequer as fazem (nem sabem fazer) constroem ‘modelos’ baseados nas sondagens dos outros, onde trituram técnicas e instrumentos, misturando tudo, bom e mau, incluindo a sua própria inclinação política.
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