A sondagem de há dez dias revelou um recuo do PS e a sondagem de hoje mostra a sua recuperação.
Confirmando esta evolução, a perceção de quem é o melhor para primeiro- -ministro (que pode funcionar como catalisador do voto) indica que Costa (que vinha perdendo para Passos desde novembro) está agora ligeiramente à frente, recuperando da ultrapassagem de Passos constatada na última sondagem.
Muito interessante é a subida apreciável de indecisos (de 2,9% para 8,3%) e que, provavelmente, resulta do aquecimento dos "motores" das máquinas partidárias na pré-campanha (o que pode explicar a diminuição dos pequenos partidos).
Compreende-se este aumento dos indecisos quando se vê que um quarto dos eleitores indica que a sua intenção de voto pode ainda mudar. É claro que isto provavelmente é só "conversa", seja ela por "má consciência" cívica da abstenção ou por um certo grau de insatisfação com o partido escolhido. Contudo, é de sublinhar que a maior "firmeza" da intenção de voto se encontra entre os eleitores do PS, da CDU e da coligação Portugal à Frente (PAF).
Resulta, num plano mais afastado, mas possível, que PAF e PS troquem alguns eleitores, mas o mais expressivo no contexto é a instabilidade do voto à esquerda, o que, dependendo da dramatização, poderá perspetivar o aumento do voto útil no PS.