A TAC implica uma dose de radiação centenas de vezes superior ao Rx-normal, o que tem riscos associados! Foi estudada a incidência de cancro em 680 000 pessoas que fizeram uma TAC na infância ou adolescência (BMJ 2013; 346: f2360). Verificou-se que a incidência de cancro era 24% superior nas pessoas que tinha feito TAC, um risco que aumentava por cada TAC efetuada.
Estes resultados são muito importantes e devem estar na mente de todas as pessoas que, por vezes, pressionam os médicos para pedirem exames que implicam radiação. As radiações têm riscos. Os exames só devem ser feitos quando necessários.
Este risco deve fazer-nos preocupar, igualmente, porque muitos hospitais do país não têm radiologistas de serviço durante a noite, o que significa que, nesse período, não há possibilidade de serem feitas ecografias aos doentes que delas necessitem. Ou esperam pela manhã ou é feita uma TAC, pelos técnicos, com a respetiva dose de radiação, que depois é lida à distância por telerradiologia, com atrasos e menor qualidade potencial. Em ambos os casos não é boa prática médica! É fundamental que todas as urgências médico-cirúrgicas e polivalentes tenham radiologistas 24h/dia!