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Luciano Amaral

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O MPLA nunca permitirá eleições justas, em especial no atual contexto.

Luciano Amaral 22 de Agosto de 2017 às 00:30
A campanha eleitoral em Angola tem sido marcada por uma guerra de sondagens. A 7 de agosto, o site Maka Angola, do oposicionista Rafael Marques, divulgou uma sondagem que a presidência angolana teria encomendado, de acordo com a qual o MPLA venceria as eleições, mas só com 36% dos votos, ficando em minoria no parlamento.

O Maka Angola acusava a presidência de ter medo de revelar a sondagem, para não mostrar a real extensão da capacidade eleitoral do MPLA. A 10 de agosto, o oficial Jornal de Angola negava a sua veracidade e aparecia com outra, em que o MPLA ganharia com 68% dos votos.

O oposicionista Sedrick de Carvalho diz que o resultado das eleições "será o que o MPLA quiser". Se assim for, podemos apontar para qualquer coisa à volta dos 70%.

O MPLA nunca permitiria eleições justas, especialmente no contexto atual. Por um lado, José Eduardo dos Santos está de partida, ao fim de 38 anos na presidência.

O grande problema da sobrevivência das ditaduras está na sucessão. É então que começam a desfazer-se por dentro, porque se multiplicam aqueles que querem ser "califas no lugar do califa". João Lourenço é o sucessor nomeado e terá que ter uma legitimidade parecida à do antecessor.

Por outro lado, a economia angolana vive uma crise grave, resultante da queda do preço do petróleo.

A presidência precisa de se sentir legitimada para lidar com a impopularidade que há de vir.
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