Oliveira e Costa, com ações a preço de saldo, abriu a Cavaco as portas do BPN. Na hora da desgraça, o silêncio. A Dias Loureiro fê-lo conselheiro de Estado, sem nunca se perceber porquê. Agora, é Rocha Vieira que, volvidos 16 anos sobre o processo de Macau, vai ser agraciado com a Torre e Espada.
Concluído o processo de Macau, teria feito todo o sentido, fechada a última porta do Império, que Vieira, não pelos duvidosos méritos como Governador, mas como último representante de Portugal em terras das Descobertas, fosse condecorado com a Torre e Espada; e, nesse ato, se simbolizasse quanto, em cinco séculos, levámos ao mundo.
O episódio da Fundação Jorge Álvares, desobedecendo a Sampaio, e as réplicas deixadas, às escondidas, na sala dos retratos da Praia Grande, mancharam, insuportavelmente, a dignidade do Estado português. E por isso, o Grande Colar do Infante que recebeu do PR salvou as aparências, não apagou a indignidade.
Cavaco terá todas as razões para estar grato a Vieira, mas compense-o com o que é seu, não com o que é nosso.