Preconceito...
Há um certo pseudo-intelectualismo instalado que privilegia o novo, o alternativo e o independente e que a reboque conduz a uma tendência para ostracizar, marginalizar e exilar num tempo longínquo a quase totalidade dos projetos musicais que vêm lá de trás só porque estão… ‘velhinhos’.
São projetos que quando apareceram marcaram pela originalidade, pela ousadia ou simplesmente pela coragem de fazerem música num país que olhava mais para fora do que para si mesmo, mas que hoje já não têm lugar nas rádios, nas televisões e na imprensa de uma forma quase generalizada. Os Madredeus são uma dessas bandas da qual se foge mas em relação à qual se devia ir ao encontro.
Chegaram a ser o projeto português mais internacional de sempre (no México chegaram a fazer três noites no Palácio das Belas Artes, a maior sala da América Latina), mas com as mudanças do mercado, do negócio e das tendências, caíram para ‘o esquema’ da world music "mais mal pago e com viagens ‘brutas’ que deixaram de nos agradar", desabafa Pedro Ayres Magalhães. "Hoje já não tocamos a qualquer preço e em qualquer lugar. Isso seria começar de novo e nós já não estamos disponíveis para isso." Deveria restar Portugal para lhes dar alento!
Maternidade...
Ainda não está certo quando é que os Madredeus poderão voltar aos palcos (nacionais ou internacionais), agora para apresentarem o novo disco, ‘Capricho Sentimental’. E para já o mais certo é que as coisas fiquem em ‘stand by’, pelo menos a aguardar tempos de maior... disponibilidade. É que a nova vocalista, Beatriz Nunes, está grávida e o grupo só deverá voltar a fazer concertos lá para o fim da primavera.