Torna-se cada vez mais evidente o problema de comunicação entre tribunais e cidadãos. Um dos últimos exemplos foi a leitura da medida de coação a aplicar à "mãe de Caxias", que não esclareceu as pessoas.
O segredo de justiça não explica tudo. É a linguagem técnico-jurídica na comunicação, que as pessoas desconhecem nem têm que conhecer, que inviabiliza a intenção e vontade em comunicar. Não caberá a juízes e procuradores virem a público informar, esclarecendo as questões mais pertinentes relacionadas com casos mediatizados, quanto mais não seja por um certo dever de discrição que lhes é exigível.
A informação concreta e em linguagem "normalizada" é nuclear para obviar à especulação mediática, o que, a não ser assim, se tem mostrado prejudicial ao cidadão e à Justiça. Impõe-se instalar um gabinete de assessoria de comunicação no Conselho Superior da Magistratura com profissionais, vocacionado para fazer a ponte entre a Justiça e o cidadão nos casos de interesse público, não deixando a um amadorismo, por vezes confrangedor, essa importante tarefa.
O cidadão seria esclarecido de forma simples e eficaz, salvaguardando o segredo de justiça, e tendo em vista a aproximação entre a população e a Justiça.