Com os méritos reconhecidos por uns ao juiz Carlos Alexandre, não se entenderá o que tinha em mente quando resolveu dar entrevistas como uma figura pública.
Entrevista na TV à medida. Apenas foram ouvidos amigos conterrâneos, alguns da escola primária! Não se ouviu, por exemplo, um colega (do ‘very light’ ao coletivo de Sintra), um militar (Polícia Judiciária Militar) ou um advogado. Seria mais verdadeira!
Parece que um juiz, sem prejuízo de se tornar ou de ser tornado figura pública, não se deve comportar como uma banal figura pública. Tal exige a observância de regras impostas social e legalmente à própria profissão, assim como para sua proteção e reputação na sociedade, e também dos seus pares. Os juízes não são preparados e seguramente não estão vocacionados para entrevistas. Não é suposto fazerem-no.
Acresce a isto, o facto de ser juiz com processos mediáticos, como a ‘Operação Marquês’. Quer queiramos ou não, depois desta querida exposição do juiz Carlos Alexandre, tal acabará por ter impacto no processo. A nível processual existe o risco ‘ensaiado’ de ser afastado e substituído por um outro. Resta esperar que as evidentes ambições, porventura de cariz político do juiz, não causem mais ruído processual sem necessidade...