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Padre António Rego

O que Ele quiser

Por muito bons que sejam os nossos horóscopos, do futuro só sabemos que virá.

Padre António Rego 15 de Janeiro de 2021 às 00:30
Tudo o que disser sobre o ano que começa são futuríveis. Tudo pode acontecer e sei, sabemos, que nada será igual ao que penso e ao tempo que passou. Exercitamos as nossas gentilezas com expressões de "bom ano", mas sabemos que isso nada acrescenta ao tempo que virá. Por muito bons que sejam os nossos horóscopos, do futuro só sabemos que virá. Há quem o entregue aos adivinhos. Preferimos pô-lo nas mãos d’Aquele que é Senhor do tempo e dono da história. Neste começo não nos ficou mal abrir o coração e dizer o que expressamos no Pai Nosso: "seja feita a Vossa vontade".

Tenho nas mãos a agenda deste ano. O que está marcado, o que tenho de fazer e as grandes celebrações que a sociedade e a liturgia incluem no cumprimento dos respectivos calendários. Mesmo na solidez da fé sabemos que não lidamos com certezas mas com procuras deixando sempre a última palavra e a decisão última Àquele que reconhecemos como único Senhor da História. O resto vamos procurando sem esquecer o "faça-se a vossa vontade" nos momentos mais felizes e nos mais incertos. Nunca nos enganamos quando entregamos o mundo e nos entregamos ao Senhor do tempo e da eternidade, ao Mestre que nos guia a cada momento à falta de melhor saber, da nossa parte, sobre o futuro.

Cada novo ano é para nós uma incógnita por longa que seja a nossa experiência e profundo o nosso saber. Mas é uma oportunidade de olhar o Infinito que tem um nome e um céu que tem estrelas. Acabamos de viver essa passagem. Desarmados de tudo menos daquilo que nos pode salvar e revelar todos os segredos: a esperança n’Aquele que nos salva. O resto são ilusões.

Nunca nos faltam profetas no início e no fim de cada ano. A humanidade sempre viveu esta procura ora como drama ora como paixão de espreitar o outro lado do muro. Esse ímpeto tem ajudado a humanidade a progredir em todos os sectores. E é sempre sinal de que dentro de nós há uma juventude irrequieta.
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