Os números da violência doméstica revelam o estado de guerra civil que se vive em muitos lares portugueses. Em 2021, registaram-se 26 520 participações.
Significa isto que, em média, todos os dias mais de 70 pessoas apresentam queixa às autoridades, porque são maltratadas dentro da sua própria casa. Umas vezes fisicamente, outras psicologicamente, normalmente as duas coisas.
As autoridades policiais e judiciais têm estado atentas ao fenómeno, atuando e condenando, mas algo está a falhar neste combate. Não é admissível que o principal crime praticado em Portugal seja o de violência doméstica. E muitos casos não chegam sequer ao conhecimento das autoridades, seja por vergonha, mas sobretudo por medo.
É hora de levar este assunto a sério. Não é fácil, os casos são tantos que quase se tornou banal um homem ou uma mulher agredir o parceiro ou parceira, mas há que começar por algum lado. Atacar o bolso dos agressores e endurecer as penas são pontos de partida - numa matéria em que a escola, pela sua função educativa e formativa, também deve ser chamada a dar o seu contributo.