Os Papéis do Panamá são apenas a ponta do icebergue do obscuro mundo dos paraísos fiscais. Estes buracos negros financeiros demonstram que existem duas realidades: a de quem vive dos esforços do seu trabalho e paga impostos e a outra dos muito ricos, os verdadeiros Donos Disto Tudo, que se aproveitam destes alçapões financeiros para esconder e lavar dinheiro, encobrir negócios, fugir aos impostos e, inclusive, financiar organizações terroristas.
Desde primeiros-ministros, oligarcas, ditadores, jogadores de futebol, artistas e traficantes de armas, a lista dos que escondem o seu dinheiro nos offshore é longa e tem o tamanho da pobreza e do desemprego que este gangsterismo financeiro provoca.
Não nos digam que é inevitável, que a culpa é da globalização. Isso é mentira.
Quando vemos a quantidade de políticos que aparecem nesta lista, fica ainda mais claro que muitas leis têm a medida dos abusos.
Precisamos de leis fortes e eficazes para defender as nossas sociedades: exigir transparência aos políticos, garantir que as suas declarações de rendimentos e propriedades são fiscalizadas, obrigar à identificação do último beneficiário e fiscalizar as transferências de capitais para os paraísos fiscais.
Não há tempo a perder.