Num café, os cidadãos, seja qual for a sua profissão ou credo, podem e devem, com absoluta liberdade, debater todos os assuntos e usar a linguagem mais expressiva, vulgo popular.
Os tribunais, quando decidem, embora o façam em nome do povo, devem decidir a melhor solução de cada caso concreto e fazê-lo com objetividade, extirpando a sua decisão de quaisquer opiniões ou considerações que, com facilidade, vão além do caso que decidiram e permitem outras conclusões que, desde logo, permitem perscrutar pela "intencionalidade" subjacente à própria decisão e alimentar discursos conspirativos que em nada credibilizam, desde logo, os decisores.
Usar provérbios populares para caracterizar indícios da prática de crimes ou adjetivar o comportamento processual das partes é uma forma de decidir que deve ser erradicada de todas as decisões judiciais, porque decidir um caso concreto deve ser somente isso, decidir. Não pode significar dar opiniões cujas consequências depois não se tiram, deixando no ar uma suspeição, e isso descredibiliza os visados por tais apreciações e os próprios decisores, deixando mal, sobretudo, a justiça.