Mário Centeno passou, aos olhos do exigente Schäuble, de besta a bestial, e em pouco tempo. Se antes o achava uma espécie de Filipe Augusto, de repente já era o Cristiano Ronaldo, melhor entre os melhores. Percebe-se porquê, e isso é motivo de alívio e até de orgulho para os portugueses.
Se um golaço de Ronaldo impressiona, impressiona ainda mais que um tosco qualquer comece, de repente, a espalhar magia galáctica pelos relvados. A diferença é que Ronaldo tem um arsenal de argumentos físicos e técnicos que surpreendem os adversários, e o levam a ser cada vez melhor. Já Centeno é como aqueles jogadores que só têm uma finta, mas que resulta sempre.
A finta de Centeno são as cativações. O dinheiro que está lá, orçamentado, mas congelado até ordem para ser efetivamente gasto. Foi muito assim que o ministro safou com brilhantismo o défice dos últimos anos, e tudo se encaminha para vermos o mesmo filme em 2018. Perante as dúvidas da UTAO e as perguntas dos deputados, Centeno chuta para a bancada. A transparência fica para depois.
Messi e Ronaldo são estratosféricos pois são génios da bola e jogam limpo. Centeno prefere a eficácia fria do resultado vitorioso. Assim não chega à Bola de Ouro.