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Rui Hortelão

Convite à fuga fiscal

Mais taxas, mais dinheiro vivo a circular – logo mais evasão.

Rui Hortelão 16 de Janeiro de 2017 às 00:30
A banca portuguesa, nos intervalos da gestão do caos em que mergulhou definitivamente após o colapso do BES, reagiu às taxas de juro baixas, que liquidaram as rentabilidades do crédito à habitação. Reduziu a taxa dos depósitos a zero, aumentou as despesas de manutenção de conta e as anuidades dos cartões. Agora, via Unicre, empresa que tem como principais acionistas o BCP, o Santander, o BPI e o Novo Banco, aproveitou a boleia que a maioria parlamentar de esquerda lhe deu no Orçamento do Estado de 2016 e penalizou os comerciantes com mais 4% de taxa em todos os pagamentos com cartões. Os visados já protestaram, mas pelo menos os da restauração ainda estão de ganho com este governo, que no mesmo OE baixou o IVA do setor de 23% para 13%. Mas o mais previsível, e comum, é que acabem por imputar esse custo ao consumidor final, ao cliente. Haverá negócios em que isso não é problema, mas em muitos a alternativa será fomentar ao máximo os pagamentos em dinheiro vivo. E o que sabemos sobre isso? Mais pagamentos sem controlo nem rasto, que, como se provou já tantas vezes, favorecem as condições para sacos azuis e fuga ao fisco. Sobretudo numa época em que muito do dinheiro a circular é de turistas em passagem.
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