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Rui Hortelão

Fotografia polémica

Senhores do politicamente correto são cada vez mais nefastos.

Rui Hortelão 20 de Fevereiro de 2017 às 00:30
Os senhores do politicamente correto estão, por estes dias, empenhados em demonstrar o atentado moral que foi o World Press Photo (WPP) ter distinguido a fotografia que Burhan Ozbilici fez de Mevlüt Mert Altintas, momentos depois de este ter morto o embaixador russo na Turquia. Entre eles, o presidente do próprio concurso, Stuart Franklin, da Magnum, esquecendo-se de todas as imagens que a agência em que trabalha mostrou da guerra do Vietname.

Na prática, os arautos da moral fazem a sequela da discussão sobre a legitimidade do fotojornalista da AP ter disparado a câmara depois do terrorista ter disparado a arma. Admitem fotos com crianças mortas, como a da Aylan Kurdi, ou a fugir da morte após um derrame de napalm – WPP em 1973 – porque estimulam a compaixão. Mas, por conveniência, não falam da foto que venceu em 1968: um chefe de polícia a executar com um tiro na cabeça um preso, em Saigão.

Já é tempo dos senhores do politicamente correto refletirem sobre o seu papel no crescente radicalismo político e terrorista ou na eleição de Donald Trump. E de ouvirem pessoas como o escritor Paul Auster: "Com Trump, o silêncio já não é opção, temos todos de falar."

Por ironia, são os mesmos que detestam Trump.
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