Há dias nacionais, mundiais e universais para quase tudo, mas a maioria das pessoas vive focada no que as preenche nos outros dias: trabalho, dinheiro, poder… Por isso, ontem, no Dia Universal da Criança (o 1 de Junho, que Portugal celebra, é o Dia Internacional) as notícias foram tão más, sobretudo para as crianças: 6 milhões morrem todos os anos por motivos perfeitamente evitáveis; 28 milhões tiveram de fugir de casa por causa da guerra; 50 milhões vivem deslocadas; 250 milhões em idade escolar não estão a aprender; 300 milhões vivem em zonas com elevados níveis tóxicos de poluição; e 385 milhões vivem em pobreza extrema. Milhões que envergonham ainda mais do que os das dívidas públicas.
Estas trágicas estatísticas são da UNICEF, que acrescenta ainda que as crianças de agregados familiares mais pobres têm duas vezes mais probabilidade de morrer antes dos cinco anos, do que as dos meios mais favorecidos. E em Portugal uma em cada quatro crianças está nessa situação, apesar de todos os progressos feitos depois de termos ratificado a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1990. Culpa da crise? Dos governos? Dos pais? Tratando-se de crianças, só pode ser de todos nós.
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