A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) considerou, já por duas vezes, que a solução do Governo para o Registo Oncológico Nacional não garante a privacidade dos doentes. Mas o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, apesar de se dizer recetivo às sugestões da CNPD, continua sem dar garantias sobre as questões levantadas.
"Os médicos e os cidadãos são favoráveis à existência de um registo nacional", diz Fernando Araújo, bem ao jeito de Donald Trump, já que não só se desconhece onde foi buscar tanta certeza, sobre tanta gente, como há uma enorme diferença entre haver um registo bem protegido ou um que, como sustenta a CNPD, não garante a privacidade dos doentes.
Não se percebe porque resiste Fernando Araújo às recomendações da CNPD, mas o certo é que a realidade não abona a favor do governante: a segurança dos dados é tanta que, ainda há dias, o Hospital da Guarda informou o Ministério Público de que os exames feitos pela mãe que perdeu a filha, depois de ter esperado hora e meia por um obstetra, desapareceram. E, como se isso não chegasse, a PJ também não conseguiu ter acesso às imagens de videovigilância, porque os serviços alegaram dificuldades técnicas…