Todos os Presidentes do atual regime tiveram no segundo mandato desafios mais exigentes do que no primeiro. Eanes viu o Bloco Central aprovar uma revisão constitucional com artigos ‘ad hominem’ para limitar o seu poder , Mário Soares abalou a maioria de Cavaco Silva com as presidências abertas, Jorge Sampaio usou a bomba atómica para acabar com o governo de Santana Lopes e Cavaco teve de dar posse ao executivo da geringonça contra a sua vontade.
O poder efetivo do Presidente depende da consistência das maiorias parlamentares. Quando o governo não tem maioria ou está mais fragilizado, a fatia maior do poder está em Belém.
Marcelo pediu "estabilidade sem pântano", mas isso só acontecerá se o País recuperar de forma dinâmica desta crise económica provocada pela pandemia.
O segundo mandato de Marcelo começou ontem, mas até às eleições Autárquicas não há a esperar grandes mudanças. Como disse na entrevista à CMTV, durante a campanha eleitoral, Marcelo usará a bomba atómica "se for estritamente necessário", mas só se tiver a certeza de que o resultado político será o desejado. Por agora, Costa não tem de se preocupar com Belém.