Há muitas nuvens negras no horizonte económico e não é por causa da aproximação do inverno. O aquecimento dos preços está a baralhar as contas e é uma ameaça para as economias e Estados mais endividados. Na Zona Euro a inflação homóloga já está quase em 5%, sendo que Portugal tem das taxas mais baixas. Mas para quem define a política monetária, o que conta é o que se passa nos maiores países. A explicação do fenómeno temporário da subida de preços já foi esta semana abandonada pelo presidente da Reserva Federal Americana, o banco central dos Estados Unidos, que define a política monetária do dólar.
Estas declarações significam uma antecipação da subida de juros. Está a acabar o tempo do dinheiro muito barato. Para um país tão endividado como Portugal, é a maior ameaça. Cada 1% de aumento médio das taxas de juro significa mais de dois mil milhões de euros de despesa pública por ano. É mais encargos para os contribuintes e menos margem de manobra para quem governa. Se a tendência de subida de juros for mais agressiva, só a mão protetora do BCE pode livrar Portugal de novo resgate. Um país que cresce pouco e que vive à conta da dívida não pode esperar um futuro melhor.n
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