A vacinação de crianças dos cinco aos 11 anos tem de ser muito bem explicada, única forma de transmitir confiança e permitir a adesão ao processo. Não basta dizer que os benefícios são maiores que os riscos. É preciso conhecer uns e outros para decidir em consciência.
Olhando para os números, constata-se a quase inexistência de casos fatais entre os zero e os 9 anos - três mortes desde o início da pandemia. Por outro lado, as situações graves de Covid-19 em crianças saudáveis nas faixas etárias mais baixas são reduzidas, a grande maioria não apresenta sintomas ou desenvolve apenas doença ligeira.
A própria idade levanta dúvidas. Se a vacina é segura e eficaz, porquê começar nos cinco anos e não nos três, no Pré-Escolar?
Podia argumentar-se que a vacinação trava o contágio, mas nem isso, como se tem visto. Trava as mortes e os casos graves, de que as crianças têm estado a salvo.
Erros de análise, de avaliação, de comunicação têm sido frequentes ao longo da pandemia. Exemplo disso, a exigência absurda de teste negativo a pessoas com a vacinação completa e, até, reforçada. Falta de confiança nas vacinas? Será. Ninguém sabe nem ninguém explica. Mas o caso das crianças está noutro patamar. Não pode haver dúvidas e receios dos pais na hora de decisão. Uma coisa somos nós, outra é decidir pelos outros.