O vice-almirante Gouveia e Melo vai ser o próximo Chefe de Estado-Maior da Armada e isso não é uma recompensa pela competência do trabalho de vacinação que liderou. É o corolário de uma carreira militar brilhante que, há muito, o apontava a este alto cargo militar.
Gouveia e Melo consolidou a sua capacidade de planear e executar missões numas Forças Armadas reconstruídas em democracia e num tempo em que o peso histórico da guerra colonial já não se fazia sentir como noutras gerações. O vice-almirante, aliás, tem seguido as pisadas do atual Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, António Silva Ribeiro, que é o grande ideólogo de uma instituição militar virada para o serviço à sociedade. Tanto, pelo menos, como o faz no cumprimento das sua vocação primária, enquanto responsável pela defesa da soberania nacional.
Com esta nomeação, Portugal pode tranquilizar-se pelo facto de ter à cabeça das FA militares com forte enraizamento nas exigências da ética de serviço público e nada vocacionados para envergar a farda de homens providenciais. São os primeiros a saber que, em democracia, não é essa a missão que se espera de um militar.