Aestratosférica inflação que atacou a Europa em 2021 e que persiste neste ano novo vai ter consequências no nosso bolso, porque inevitavelmente os juros vão subir. Num país em que quer o Estado quer as famílias estão muito expostos à dívida, a ameaça de subida do preço do dinheiro significa um encargo extra além do normal aumento do custo de vida.
No caso do Estado, os custos com a dívida pública vão aumentar significativamente nos próximos anos, retirando margem de manobra financeira para as políticas setoriais, como se houvesse um oculto Ministério da Dívida Pública a absorver a fatia de leão dos impostos dos contribuintes.
Ontem, em Frankfurt, capital financeira da UE, assistiu-se à mudança de comando do Banco Central alemão, o mais poderoso do BCE. E o novo presidente alertou: "Há o risco de a inflação se manter elevada por mais tempo do que o esperado." Joachim Nagel, o novo patrão do Bundesbank, avisou que a autoridade monetária alemã se vai manter firme nas suas convicções. Isto significa que se a inflação na Zona Euro persistir acima de dois por cento, os alemães vão pressionar uma subida do preço do dinheiro. E no euro as ordens ainda são dadas em alemão.