Os debates acabaram e foram clarificadores sobre os pontos de partida de PS e PSD quanto a soluções de governo e política de alianças. Foram clarificadores sobre o que cada um quis discutir e o que afastou, por estratégia ou inconveniência. Foram até clarificadores nessas omissões temáticas.
Não se discutiram temas decisivos para o futuro, como a natalidade, a falta de mão de obra qualificada, a dependência energética, a transição climática, o potencial do 5G, a aplicação qualitativa dos dinheiros da bazuca e a sua fiscalização, o papel de Portugal no Mundo e na Europa, a cultura e as políticas para o território.
O PS adotou a prudência tática que suporta a sua mensagem de estabilidade. O PSD também não beliscou interesses instalados, apesar da retórica sobre um novo modelo económico. Esperemos que o situacionismo económico, político e social reinante não gere um situacionismo eleitoral paralisante. Sobram 15 dias para contrariar essa caminhada. Para nos pôr a olhar para o futuro e não para cima, de onde apenas virá o cometa do apocalipse, como no filme (belíssimo) que está em cartaz.