Com mais ou menos bom gosto, o crescimento chegou à campanha. O líder da Iniciativa Liberal sente que o PSD "anda um bocado murcho"e para revigorar as contas de forma a "pôr Portugal a crescer", agora que o partido "perdeu aquele ímpeto reformista", Cotrim Figueiredo propõe-se ser "o viagra" dos laranjas.
É certo que o desígnio de Cotrim foi exibido num programa humorístico pelo que não se esperaria que esmiuçasse como o pretende fazer. Mostrou apenas um comprimido azul. A piada, sem substância, deve engrossar os ‘soundbites’ liberais que alimentam as redes. Não é certo que chegue para fazer crescer a bancada parlamentar da IL.
Já a previsão de crescimento do PIB exibida por António Costa mostrou ser precoce. Ao atirar para a campanha a subida estimada de 4,6%, o líder do PS bem pode justificar o número com as previsões do Governo, mas dificilmente convence alguém que não esteja a antecipar os dados que o INE prevê anunciar no dia seguinte às eleições. Na reta final da campanha, o recurso a estes truques pode ser fatal para os socialistas.