As perspetivas são cada vez mais sombrias. É expectável que a situação piore antes de melhorar." Assim falou Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, de olhos no horizonte que se avizinha. Um horizonte amplo, que vai além de 2023. Nada tranquilizador, portanto, sobretudo tendo em conta de que na origem do mal está uma guerra em que as armas não se calam e para a qual têm sido nulos os contributos para a paz, ainda distante e incerta.
Sete meses de conflito foram mais do que suficientes para perceber o enorme sarilho em que estamos metidos. Zelensky não desiste dos territórios ocupados, Putin insiste em ficar com o que não lhe pertence, e nenhum está a fazer ‘bluff’. Mesmo a ameaça russa de deitar mão às armas nucleares é para ser levada a sério. Em desespero de causa, tudo é possível.
Na incapacidade revelada pelas principais potências em encontrar uma saída para o conflito, a chave para a resolução do problema passa pelas opiniões públicas. O nível de vida dos europeus vai piorar, nem a poderosa Alemanha escapa, e os reservistas russos estão a fugir a sete pés. É nas dificuldades de uns e no desespero de outros que se joga o destino da guerra.