A contratação de Sérgio Figueiredo pelo ministro Fernando Medina é, sem dúvida, um favor entre velhos amigos. A justificação é abjeta, um insulto à inteligência dos portugueses e um desperdício de recursos públicos.
A única especialidade notória de Figueiredo nos últimos anos é, apenas e só, a de cavalo de cortesias, encostado a todo o tipo de poderes e figuras, como António Mexia e Sócrates, entre outros. É um moço de recados, que teve a missão de gerir a imagem de Mexia e aplanar caminhos de propaganda e vontades para que a EDP pudesse avançar com as suas barragens. Ou de montar a narrativa de Sócrates na TVI, constituindo coros televisivos sobre as penas que são muito pesadas, as provas que não são sólidas, os malandros dos jornalistas e o segredo de Justiça, o justicialismo à solta.
Figueiredo, que há muito deixou de ser jornalista, montou durante cinco anos este exército de gente iluminada ao serviço de Sócrates, um luxo que não está na disponibilidade das centenas de arguidos, anónimos e pobres, que todos os dias enfrentam a artilharia do poder punitivo do Estado. Pagar-lhe agora, seja o que for, também é pagar por esta sabujice.