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Correio da Manhã

Opinião
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Histeria e inflação

Distribuir dinheiro sem critério pelas famílias agrava o problema da inflação
Armando Esteves Pereira(armandoestevespereira@cmjornal.pt) 5 de Outubro de 2022 às 00:32
As declarações do coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre a “enorme histeria” face à inflação causaram alguma polémica. Em termos técnicos, a justificação do economista Rui Nuno Baleiras é correta e inatacável, mas para quem sofre do efeito desta espiral louca que este ano nos rouba um mês de salário em poder de compra pode parecer uma declaração sem piedade.

Em entrevista à Lusa, Rui Nuno Baleiras defende que a “política orçamental não pode anular o efeito da política monetária, sob pena de agravar as condições futuras”. Se o Governo distribuir dinheiro pelas famílias num contexto em que a autoridade do euro aperta a torneira com a subida de juros, está a cortar o efeito desejado pelo BCE de travar a inflação.

Rui Nuno Baleiras reconhece que o “Estado tem de garantir patamares mínimos aceitáveis de coesão social, concentrar os seus apoios redistributivos nas famílias com menores recursos, mas deixar o resto pulsar e responder aos estímulos que preços relativos mais altos criam, provocando a substituição de comportamentos”. Ou seja, as famílias também têm de ser responsabilizadas pelos seus comportamentos e decisões.

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