Graças ao trabalho de Rui Pinto, a Justiça portuguesa tem agora em mãos um acervo que revela cenas de verdadeiro enriquecimento ilícito na elite do futebol português. Uma grupo que fica milionário, enquanto os clubes e SAD asfixiam financeiramente. Receber comissões justas por intermediar qualquer negócio é perfeitamente legitimo, tal como os mediadores imobiliários cobram a sua comissão média, que ronda os 5%, na venda de uma casa.
Mas os documentos que a Justiça já tem em mãos mostram comissões chorudas em negócios em que nem sequer haveria necessidade de intermediação, como é o caso do regresso de Casemiro ao Real Madrid, uma cláusula prevista no contrato de cedência do jogador e que o FC Porto paga uma comissão de 17%, acabando a parcela maior nas mãos do filho do presidente Pinto da Costa.
O mesmo se pode dizer dos contratos da formação do Benfica em que o clube forma os jovens no Seixal, que são descobertos pela sua estrutura, e, na hora certa, aparece um empresário a emitir faturas milionárias. Os negócios do futebol não podem continuar a ser tratados como um offshore jurídico, impunes perante a lei.