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Correio da Manhã

Opinião
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Parasitas milionários

Há um fenómeno de enriquecimento ilícito nos negócios do futebol.
Armando Esteves Pereira(armandoestevespereira@cmjornal.pt) 7 de Dezembro de 2021 às 00:32
Graças ao trabalho de Rui Pinto, a Justiça portuguesa tem agora em mãos um acervo que revela cenas de verdadeiro enriquecimento ilícito na elite do futebol português. Uma grupo que fica milionário, enquanto os clubes e SAD asfixiam financeiramente. Receber comissões justas por intermediar qualquer negócio é perfeitamente legitimo, tal como os mediadores imobiliários cobram a sua comissão média, que ronda os 5%, na venda de uma casa.

Mas os documentos que a Justiça já tem em mãos mostram comissões chorudas em negócios em que nem sequer haveria necessidade de intermediação, como é o caso do regresso de Casemiro ao Real Madrid, uma cláusula prevista no contrato de cedência do jogador e que o FC Porto paga uma comissão de 17%, acabando a parcela maior nas mãos do filho do presidente Pinto da Costa.

O mesmo se pode dizer dos contratos da formação do Benfica em que o clube forma os jovens no Seixal, que são descobertos pela sua estrutura, e, na hora certa, aparece um empresário a emitir faturas milionárias. Os negócios do futebol não podem continuar a ser tratados como um offshore jurídico, impunes perante a lei.
Rui Pinto Justiça SAD desporto futebol
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