Das próximas eleições Legislativas vai sair o governo que comandará os destinos de Portugal nos próximos anos. Um Executivo que deveria preocupar-se com o futuro e não apenas com a sobrevivência política em cada dia.
Mas neste País quase ninguém parece preocupar-se com o dia de amanhã. Empurram-se os problemas com a barriga e, quando as coisas correm mal, espera-se por um milagre de Bruxelas. A relação entre os governantes portugueses e a União Europeia tem sido a de um sobrinho pobre e baldas, que espera sempre ter à sua disposição os recursos da tia rica, generosa e benevolente. Depois de três resgates externos neste regime democrático, só a generosa política do BCE que compra dívida e forçou os juros para mínimos históricos impede este País de um quarto resgate.
Já há sinais de que o guarda-chuva dos juros baixos não será eterno. É provável que as novas tensões inflacionistas pressionem a subida do preço do dinheiro a médio prazo.
Com uma dívida superior à que o País tinha no terceiro resgate, uma população cada vez mais envelhecida e uma economia estagnada, a subida dos juros significará o regresso do diabo.