A tendência para o relativismo moral e político, que transforma tudo numa conversa de café, não dando a devida importância às consequências devastadoras de certas ações e ideias, é um dos problemas modernos.
A França enfrenta esse dilema, no embate entre Macron e Marine Le Pen. É verdade que a implosão do velho sistema partidário ficou a dever-se à corrupção, à mentira de Estado, ao desemprego, ao aumento brutal do custo de vida, às fraturas económicas e sociais que governos incompetentes de socialistas e gaullistas criaram.
É igualmente verdade que são esses velhos partidos, heranças de Mitterrand, Chirac, com toda a mediocridade que se lhes seguiu, que acabaram a produzir esse político estranho que é Macron. Oriundo da banca de investimento e da direita financeira, ocupou num ápice o território do centro e de alguma esquerda. Pelos padrões do século XX, não é carne, nem peixe.
Mas, nestas eleições, que não subsista qualquer sombra de dúvida. Ao lado de Marine Le Pen, Macron é um democrata de quatro costados. Com Marine Le Pen no Palácio do Eliseu, a Europa será um caos ainda maior do que aquele que já é. E Macron é o homem que tem a oportunidade de evitar tal tragédia.