O mais importante dos debates surpreendeu três vezes e Rui Rio foi o protagonista de todos. Mais do que em vezes anteriores, o líder do PSD apresentou-se aos portugueses bem preparado e assertivo, capaz de ofuscar a arrogância endémica de António Costa.
Mas como "não há bela sem senão", Rui Rio também surpreendeu ao atirar para o debate os perigos de um executivo liderado por Pedro Nuno Santos e a colagem que antevê, se tal acontecer, do PS à esquerda radical. Ora só há uma hipótese de o eleitorado evitar esta radicalização: votar em António Costa como, pressupõe-se que involuntariamente, Rio sugeriu. Patrono assumido das virtudes do passado, Costa defendeu-se, sem convencer, das propostas de Rio sobre a Segurança Social, SNS, IRC ou desafios constitucionais como as reformas da Justiça e do sistema político.
Rui Rio venceu o debate sem ser absoluto. E por isso podia ter-nos poupado à terceira surpresa: a do triste episódio de acenar, demasiado irritado, com os custos de um bilhete TAP para São Francisco, nos EUA, mais baixos a partir de Madrid do que de Lisboa. Esta não é só uma prática comum a todas as companhias aéreas do Mundo. É um princípio básico de oferta e procura em mercados a conquistar que um candidato a primeiro-ministro não pode ignorar.