"Vamos estar sob escrutínio máximo da comunicação social e do país e saibamos honrar o que os portugueses nos pedem. Não estou a pedir que façamos um congresso a discutir a política e as grandes linhas de futuro do país. Mas estou-vos a pedir encarecidamente que a 'roupa suja' fique à porta deste congresso; o país espera de nós muito mais do que lavar 'roupa suja'", disse André Ventura em Chãs, no distrito de Leiria, onde se realizou o 8.º Conselho Nacional do Chega, onde foi votada a realização do congresso.
Ventura, que se juntou aos trabalhos quase no fim do encontro devido à audiência com o presidente da República, desdobrou-se em apelos.
"Estou só a pedir para darmos uma imagem digna neste congresso", disse, rogando aos militantes do Chega para colocarem de lado as diferenças de opinião.
"Sei que muitos não concordam com os seus presidentes distritais, não concordam com o presidente da direção nacional em muita coisa. Mas é assim em democracia. Nos próximos meses vamos ter de pôr de lado o que é possível pôr de lado. É pôr de lado o que é pequeno e menor, que vale zero para os portugueses", sublinhou.
Classificando de "espetáculo deplorável" a situação no PSD e no CDS - "entre quem não quer sair de lá e quem quer ir para lá a todo o custo para fazer listas de deputados" -, Ventura lamentou igualmente a motivação de Carlos Natal, que contra ele concorre nas eleições diretas à presidência do Chega, a 06 de novembro.
"Sim, tem de haver democracia, temos de ter abertura para pluralidade dentro do Chega; mas tem de ser pluralidade e democracia, não palhaçada, oportunismo e destruição", atacou, lamentando que quem o desafia não apresente listas a delegados "em nenhum distrito do país".
"Devemos levar isto a sério, não é uma brincadeira. Com o devido respeito, eu não concebo que alguém se candidate a presidente e, no fim da apresentação da candidatura, diga 'eu nem estou aqui para ganhar e nem tenho jeito para ser presidente do Chega, estou aqui para protestar'. Temos de pensar se isto é admissível num partido como o nosso", disse, prometendo "repor as regras" que existiam antes para evitar "candidaturas absolutamente fantasmas".
O encontro de Leiria ficou ainda marcado pela demissão dos elementos da mesa do Conselho Nacional, devido ao facto de o presidente da mesma, Luís Graça, "se encontrar em parte incerta", anunciou a coordenadora dos trabalhos.
Uma nova mesa, liderada por Jorge Valsassina Galveias, foi eleita para dirigir o Congresso Nacional do Chega em Viseu, com 80 votos favoráveis entre os 126 conselheiros presentes.