No final de um almoço com a comissão de honra do partido, num restaurante em Lisboa, o liberal 'apontou a mira' ao PS, acusando-o de andar a "agitar fantasmas do medo e cenários absolutamente irrealistas" só para fazer crer às pessoas que a única hipótese sensata que há no país é votar nele.
"Tem feito um apelo ao voto útil e uma dramatização e instrumentalização do medo que me parece inaceitável", frisou.
Para Cotrim Figueiredo, é inadmissível que António Costa, secretário-geral do PS, ande a dizer às pessoas que se não for o PS a governar vai ser uma desgraça.
"Anda a dizer nós conseguimos, nós sozinhos é que temos que governar o país e nem tem coragem de pedir uma maioria absoluta, mas já está a exigir que todos afinem com o diapasão do PS", reforçou.
Se a estratégia do PS é dramatizar e gerar medo nas pessoas prova que está completamente "vazio de ideias", afiançou.
Por isso, no entender de Cotrim Figueiredo é altura do PS dizer o que vai fazer com o voto das pessoas após as eleições legislativas de 30 de janeiro.
"Andam vocês [jornalistas] há semanas a perguntar o que é que vai acontecer e ele não tem uma resposta. É verdade ou mentira", atirou.
Na sua opinião, António Costa tem de dizer "exatamente" o que é que vai fazer num cenário de não ter maioria absoluta e num cenário de não ser o partido mais votado.
Este é o momento de o PS propor o que tem de propor aos portugueses e não andar a agitar com o Orçamento de Estado de 2022, que foi chumbado e não vai voltar a ser aprovado, sublinhando que a "geringonça está morta".
Dessa forma, o presidente da IL concluiu que a única hipótese é não votar no PS, acrescentando ter recebido muitas mensagens de socialistas desagradados com a forma como aquele partido se transformou "numa agência de empregos e não num partido".