"O PS diz que eu estou nos braços do Chega e o Chega diz que eu estou nos braços do PS. É a vantagem de estar ao centro. Somos muito abraçados", ironizou Rio, numa publicação na sua conta da rede social Twitter, um dia depois do debate com o líder do Chega, André Ventura, transmitido pela SIC.
Nessa ocasião, foi Ventura que, por várias vezes, o acusou de querer ser "vice-primeiro-ministro" do secretário-geral do PS, António Costa, e de preferir "meter-se nos braços" do socialista do que procurar entendimentos com o Chega.
Pouco depois do final do debate, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, acusava Rui Rio de ceder ao populismo ao "negociar em direto e ao vivo" com o líder do partido Chega, André, admitindo até "ceder na proibição da prisão perpétua".
Esta terça-feira, foi a vez de o próprio António Costa acusar o presidente do PSD de se dispor a considerar o restabelecimento da prisão perpétua por conveniência eleitoral, contrapondo que há linhas vermelhas inultrapassáveis e que os valores do humanismo não são transacionáveis.
Na sua mensagem, que consta de um vídeo divulgado pelo PS, António Costa considerou que o país assistiu "com surpresa, em direto e ao vivo, ao doutor Rui Rio, por conveniência ou necessidade eleitoral, a dispor-se a considerar com André Ventura diferentes modalidades para restabelecer a prisão perpétua".
"Quero ser muito claro, em circunstância alguma podemos ceder nos princípios ou nos valores. O combate ao populismo exige linhas vermelhas inultrapassáveis. Os valores do humanismo que inspiram a nossa sociedade não são transacionáveis. Um político responsável tem sempre os seus princípios e os nossos valores no centro", criticou António Costa.
No debate, Rio foi desafiado por Ventura a dizer em que áreas considerava o Chega um partido tão radical e um dos temas abordados foi o da prisão perpétua, que este partido defende para certo tipo de crimes.