As dragagens no Estuário do rio Sado, que visam permitir a navegação a barcos de maior calado, serão esta quinta-feira discutidas na Assembleia da República, em Lisboa. O tema é objeto de três projetos de resolução do BE, PAN e PEV, que serão votados no Parlamento. Todas as propostas têm por objetivo que as dragagens sejam suspensas ou canceladas.
A discussão no Parlamento será acompanhada no exterior por uma manifestação organizada pelos movimentos que contestam as dragagens, disse ao
CM Pedro Vieira, do Clube da Arrábida. A população contesta os trabalhos porque entendem que colocam em risco a pesca, reduzem a qualidade da água e podem levar ao fim da colónia de golfinhos do estuário.
Esta terça-feira, dois golfinhos, não pertencentes à colónia de Roazes do Sado, foram encontrados mortos nos cabeços junto a Troia. Um dos animais encontra-se em estado de decomposição e o outro aparenta ter morrido há pouco tempo.
A retirada de 3,5 milhões de metros cúbicos de areias e lamas do fundo do rio leva a que a água apresente manchas castanhas dos inertes retirados pela draga. Entretanto, a embarcação que efetua os trabalhos no Sado esteve parada cerca de 24 horas, retomando esta terça-feira a extração de areias. O
CM procurou uma explicação para a paragem da draga junto da Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra, mas tal não foi possível até ao início da noite desta terça-feira.
No Parlamento, as dragagens serão sujeitas em breve a nova votação no plenário, na sequência da entrega da petição ‘Pela Defesa da Reserva Natural do Estuário do Sado’, que reuniu mais de 13 mil assinaturas.