Já chegaram à rua Damasceno Monteiro, em Lisboa, as máquinas e os materiais necessários à primeira fase de recuperação do muro que ruiu na segunda-feira e que obrigou à evacuação de cinco edifícios e ao realojamento de 78 pessoas. A rua está cortada e o acesso reservado aos moradores.
"Se tudo correr bem, as obras podem começar já hoje [ontem] e não vão parar. Vão demorar o tempo que for necessário", assegura o vereador para a Proteção Civil, Carlos Castro, que rejeita voltar a dar um prazo para o fim da obra, inicialmente estimado em três meses. Para as 10 lojas forçadas a encerrar, incluindo um restaurante, ainda não há resposta oficial.
Os 78 desalojados têm regressado às casas para recolher bens de primeira necessidade, sempre acompanhados da Proteção Civil. Ontem, foram os moradores dos números 104 e 102; hoje é a vez dos moradores dos números 106 ao 110, os três edifícios mais afetados e com danos estruturais. Noémia Marques está alojada na casa da filha. Foi recuperar roupa, medicamentos e alimentos perecíveis e inquieta-se com o tempo da intervenção. "Embora me cause muito transtorno, aceito sair, porque é por segurança, e as obras vão incomodar. Mas o mais difícil é encaixar que são pelo menos três meses."
Após o aluimento de terra, a Câmara de Lisboa tomou posse administrativa do muro privado, sobre o qual os moradores já tinham feito vários alertas.
Fernando Medina não se livrou das críticas de Assunção Cristas, já que a candidata à autarquia acusa o atual presidente de gastar verbas "a embelezar" a cidade, ignorando as obras de "necessidade básica".