Falta de travões, bancos avariados, janelas partidas e coladas com fita-cola, portas que abrem em andamento, falta de cintos de segurança e chuva no interior das viaturas.
Estas são apenas algumas das queixas dos utentes das ambulâncias da empresa Flor da Ria, da Murtosa, e que transportam doentes pelos distritos de Aveiro e Porto.
"Uma vez, eu vinha para a clínica e a porta abriu em andamento numa estrada perigosa. Uma ambulância até tinha um paralelo para ajudar a meter as mudanças. Somos transportados pior do que os animais", disse ao
CM a utente Alice Vigário, de 81 anos, e residente em Gondomar.
"Não temos degraus para subir, às vezes há é bancos de plástico ou grades de cerveja. As viaturas não têm travões", referiu Glória Sousa.
Também a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR) já demonstrou a sua revolta no que diz respeito à forma como são transportados os doentes.
"Já houve pelo menos três acidentes com estas carrinhas por não terem cinto de segurança. O último foi em setembro, e o doente sofreu ferimentos e foi hospitalizado. Eu questiono se esta empresa trabalha na legalidade. Há fiscalizações? Isto não pode acontecer. E há ainda o facto de as ambulâncias estarem sempre sobrelotadas. Têm capacidade para cinco doentes e levam sete: dois deles sentados numa maca ou no chão. Isto não pode acontecer", referiu Domingos Oliveira, presidente da APIR.
O
CM contactou a empresa Flor da Ria por telefone, mas, na ausência de um responsável, foi pedido o envio de um email, ao qual não houve resposta até ao fecho desta edição.