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Correio da Manhã

Portugal
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CDS defende alteração à lei dos serviços mínimos para garantir que o país não pára

Centristas pretendem garantir que "os serviços mínimos asseguram a normalidade do País".
Lusa 8 de Agosto de 2019 às 13:06
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares
Deputado do CDS, Pedro Mota Soares

O deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares defendeu esta quinta-feira uma alteração à legislação que regula os serviços mínimos decretados em caso de greve, de forma a garantir que o "país não para" e não "fica prisioneiro de interesses".

"O CDS está disponível para discutir e propor uma alteração à lei dos serviços mínimos", afirmou o parlamentar em conferência de imprensa na Assembleia da República.

Com esta alteração, os centristas pretendem garantir que "os serviços mínimos asseguram a normalidade do país" e que "o país pode trabalhar normalmente e não ficar prisioneiro, refém, de alguns interesses profissionais e corporativos" durante uma greve.

Pedro Mota Soares defendeu também que "a lei dos serviços mínimos tem de garantir, efetivamente, a prestação dos serviços mínimos".

"Não é tolerável nós vermos ameaças, não é tolerável nós vermos neste momento alguns sindicatos a anunciarem, a dizerem que não estão disponíveis para cumprir serviços mínimos. Isso não é tolerável e a lei tem de assegurar que, a partir do momento em que os serviços mínimos são decretados eles são efetivamente cumpridos, garantindo que o país não para, garantindo que a nossa economia não para, garantindo que os portugueses podem continuar a fazer a sua vida em normalidade", sublinhou o deputado.

O antigo ministro considerou que a lei dos serviços mínimos "é uma lei antiga, feita para uma economia que era diferente da economia portuguesa de hoje" que é "aberta ao mundo e global".

"Como é obvio, o impacto de uma greve como estas na economia portuguesa hoje é tremenda", salientou.

O Governo fixou na quarta-feira os serviços mínimos para a greve depois das propostas dos sindicatos e da associação patronal Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

Em 15 de julho foi marcada nova greve pelos sindicatos SNMMP e Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), acusando a Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Também se associou à greve o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

Na ótica do CDS, estava greve "é muito penalizante para os portugueses" e, por essa razão, o partido está "muito preocupado com o que está a acontecer no país".

Questionado se os serviços mínimos decretados pelo Governo são razoáveis, Pedro Mota Soares salientou que, "no entender do CDS, razoável é garantir que um português que está legitimamente a gozar as suas férias pode voltar a casa, é garantir que uma empresa que precisa de cumprir uma encomenda, precisa de exportar, vai conseguir fazê-lo".

O deputado insistiu que, "por isso mesmo, a lei que determina os serviços mínimos, quer na sua determinação, quer no seu cumprimento, terá de ser alterada para garantir que o país não fique parado por uma revindicação, por muito legítima que ela seja" e salientou que "se for preciso alterar a lei, o CDS cá está para o fazer".

"O que não é possível é nós vermos um sindicato, vermos 600 ou 700 pessoas a bloquearem o país, com o impacto que isso hoje tem na nossa economia", apontou o antigo ministro, vincando que "isso não é tolerável", mas ressalvando, porém, não estar a "discutir a matéria e o conteúdo" da greve.

Ainda sobre os serviços mínimos decretados pelo Governo, o centrista sublinhou que, neste momento, "o mais importante" é garantir que "efetivamente o que está previsto é cumprido".

"Quando à definição em concreto, o que nós dizemos é que isto tem de assegurar a normalidade. Por exemplo, nós sabemos que 50% em muitos casos pode não assegurar do trabalho, da vida diária de cada um dos portugueses", notou.

Apesar de reconhecer que "o Governo desta vez está a agir mais rapidamente do que fez em abril", Pedro Mota Soares sustentou ser "essencial que na segunda-feira o Governo faça tudo para que o país não pare".

"Se o país parar, essa responsabilidade também poderá ser assacada ao Governo", afirmou.

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