Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) refere ainda que o agente está "sujeito a apresentações periódicas" e "à proibição de contactos com outros arguidos".
O Cometlis lembra que, na segunda-feira, na sequência da detenção, foi instaurado um processo disciplinar ao polícia, tendo-lhe sido sujeita a medida de desarmamento.
"Mais se informa que o referido agente frequentou o último curso de formação de agentes e ingressou na PSP em 11 de outubro de 2021, tendo os supostos atos ilícitos ocorrido alegadamente em momento anterior à sua vinda para esta instituição", é acrescentado.
O juiz de instrução Carlos Alexandre decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa -- prisão preventiva -- a dois dos 11 arguidos detidos no âmbito da Operação Miríade, divulgou esta quarta-feira o Juízo de Instrução Criminal de Lisboa numa nota.
Paralelamente, o juiz de instrução aplicou também medidas de suspensão do exercício de profissão a quatro arguidos, bem como proibições de contactos e de se ausentar do país a oito arguidos, sem especificar os nomes a quem foram atribuídas as respetivas medidas. Os nove arguidos que ficaram sem medida privativa de liberdade terão a obrigação de apresentações periódicas nas autoridades.
O anúncio das medidas de coação surgiu ao fim de quase cinco horas de diligência esta quarta-feira no Campus da Justiça, que deram continuidade ao interrogatório dos arguidos iniciado na tarde de terça-feira. Dos 11 arguidos, apenas cinco decidiram prestar declarações perante o juiz Carlos Alexandre.
A Polícia Judiciária (PJ) executou, a 08 de novembro, 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais.
Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões da ONU na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios no tráfego de diamantes", adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.