Centenas em protesto exigem mais recursos para hospital de Setúbal
População mobilizou-se à porta do Hospital de São Bernardo.
Catarina Cascarrinho e Ana Maria Ribeiro
19 de Janeiro de 2022 às 08:44
Cerca de duas centenas de pessoas reuniram-se esta terça-feira à porta do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, para exigirem a reclassificação daquela unidade de saúde e a contratação de mais médicos de família e de enfermeiros para assegurarem os serviços, que dizem estar “à beira da rutura”.
Ao CM, o presidente da Câmara de Setúbal admitiu que a situação é “muito crítica” e que “já foi enviada uma carta ao primeiro-ministro, que terá passado a informação à ministra da Saúde, Marta Temido, que nada fez”. “É urgente contratar mais pessoal médico e dar melhores condições remuneratórias aos médicos mais jovens, que não estamos a conseguir fixar neste hospital”, explicou o autarca André Martins.
A vigília foi marcada pelo Fórum Intermunicipal da Saúde, que reúne os municípios de Setúbal, Sesimbra e Palmela (servidos pelo hospital) representantes das comissões de utentes e representantes sindicais, mas que mobilizou outras forças locais. À porta da unidade juntaram-se corporações de bombeiros, o INEM e até um grupo de motards de Setúbal, para chamar a atenção para o que dizem ser a “perda de capacidade assistencial” do hospital.
Em outubro do ano passado, 87 médicos – incluindo o diretor clínico do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) – pediram a demissão, alegando que o CHS estava em rutura “nos serviços de urgência, nos blocos operatórios, na oncologia, na maternidade e anestesia”.
Apenas 160 vagas foram ocupadas
O Ministério da Saúde anunciou esta terça-feira que, do total de 235 vagas disponibilizadas no concurso da segunda-época de 2021 em todo o País, foram ocupadas apenas 160. Segundo o gabinete de Marta Temido, os lugares ocupados vão dar médico de família a 300 mil pessoas. No final do ano passado havia mais de 1,1 milhões de utentes sem médico de família.
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