A chegada da chuva não surtiu efeito no Sul do País. As barragens no curso dos rios Sado, Mira e Arade e no Barlavento algarvio tinham, no final do mês passado, menos água armazenada do que em outubro.
A bacia do Guadiana é a exceção na região, ainda que registe uma subida inferior a um ponto percentual, acompanhando o aumento verificado nas restantes bacias hidrográficas do País. Ainda assim, mais de um terço (25) das albufeiras nacionais continua a registar um volume de água armazenada inferior a 40%.
A barragem de Lucefecit, no concelho do Alandroal, com apenas 4,5% da capacidade preenchida, regista o mínimo nacional. É seguida pela albufeira de Abrilongo, em Campo Maior, com 5,1% de volume de água armazenada.
Integram ambas a bacia hidrográfica do Guadiana. No sentido inverso, os últimos dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos revelam ainda que, das 59 barragens monitorizadas, dez tinham mais de 80% da capacidade preenchida - há dois meses, no final de outubro, eram apenas três.
As bacias do Ave (86,2%) e do Mondego (76,3%) apresentavam o maior volume de água armazenada. Nas bacias do Barlavento (29,3%) e do Sado (25,1%) verificavam-se os níveis mais baixos de reservas. Das 12 bacias monitorizadas, oito registam aumentos.
Alentejo e Algarve abaixo da média
As bacias do Tejo, Sado, Guadiana, Mira, do Barlavento e Oeste apresentavam, no final de novembro, valores de armazenamento inferiores à média dos últimos 28 anos. A barragem de Lucefecit, Alandroal, tinha apenas 4,5% da capacidade preenchida.
Prejuízo de 25 mil em Vila Velha de Ródão
A descida do caudal do rio Tejo provocou um prejuízo na ordem dos 25 mil euros em infraestruturas públicas só no concelho de Vila Velha de Ródão. O balanço foi esta segunda-feira avançado pelo presidente da Câmara local, Luís Pereira.
"O levantamento já foi feito e em Vila Velha de Ródão tem que ver com o acesso à barragem de Cedillo [Espanha] na zona de Monte Fidalgo. Tem que ver com a zona onde atracam os barcos", afirmou o autarca à agência Lusa.
PORMENORESBacia do Tejo a 58,4%A bacia do Tejo registava, no final de novembro, um volume de água de 58,4%, o que traduz uma subida de 4 pontos percentuais face a outubro. Uma das barragens, a do Divor (Arraiolos), tinha 5,9% da capacidade.
ProTejo expectanteO proTejo - Movimento pelo Tejo, disse esta segunda-feira estar expectante com as garantias dadas pelo ministro do Ambiente, face à redução de caudal do Tejo. Desejam "toda a boa sorte" para que se chegue a um entendimento com Espanha.
Espanha cumpre acordo O Governo espanhol assegurou esta segunda-feira que mantém o "estrito cumprimento" dos acordos com Portugal sobre os caudais de água da bacia do rio Tejo.