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"Estava mal e dizem [na linha SNS 24] para pedir um táxi": Alegada falha no socorro acaba em morte

Homem de 58 anos morre junto a padaria após sentir fortes dores abdominais e falta de ar.
Manuel Jorge Bento e Cristina Borges 30 de Setembro de 2022 às 01:30
Joaquim Ribeiro tinha 58 anos e morreu na via pública
Situação ocorreu na quarta-feira à tarde junto a uma padaria na Senhora da Hora, Matosinhos
Joaquim Ribeiro tinha 58 anos e morreu na via pública
Situação ocorreu na quarta-feira à tarde junto a uma padaria na Senhora da Hora, Matosinhos
Joaquim Ribeiro tinha 58 anos e morreu na via pública
Situação ocorreu na quarta-feira à tarde junto a uma padaria na Senhora da Hora, Matosinhos
Joaquim Ribeiro, de 58 anos, sentiu-se mal após o almoço, junto à padaria Mil Sabores, na Senhora da Hora, Matosinhos, na quarta-feira. Uma funcionária do estabelecimento ligou para o 112 às 15h18. "Disseram que já que o senhor tinha medicação, não valia a pena chamar uma ambulância, que não era motivo de emergência. Que podiam transferir a chamada para o SNS24 e que o melhor era chamar um táxi se quisesse ir ao hospital", disse Miriam Sousa ao CM.

Chamado ao local, o taxista verificou o grave estado da vítima e ligou para o 112, às 15h32. Só então os meios foram acionados. A equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Hospital de S. João socorreu o homem - que entretanto desfaleceu e bateu com a cabeça no chão. Apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi declarado às 16h01. O INEM vai abrir um inquérito.

Joaquim Ribeiro sentiu fortes dores no abdómen e falta de ar acentuada, pelo que pediu ajuda à funcionária. "Visto que não vinha um ponto de socorro e o senhor estava mal, chamei um táxi para o levar ao Hospital de S. João", indicou Miriam ao CM. O taxista chegou pouco depois. "Tentei a reanimação do senhor, com custo porque não sou bombeiro. Fiz o que estava ao meu alcance, mas sem resultados", escreveu o taxista numa rede social. "Uma vergonha! Se não tivessem demorado, o senhor se calhar não tinha falecido ali", acrescentou, revoltado.

Questionado pelo CM, o INEM refere que, "após a triagem, a contactante [que não era o utente] recusou a transferência da chamada para o SNS24 e informou que iria chamar um táxi". Será agora aberto um inquérito para "apurar em pormenor as circunstâncias em que decorreu a assistência médica pré-hospitalar ao utente".

PORMENORES
Internado há dois dias
A vítima, que sofria de doença pulmonar grave, tinha estado internada dois dias antes, tendo sido devidamente medicada.

Enfermeira esteve no local
Uma enfermeira, numa viatura cinzenta do SNS, foi ao local ainda antes da chegada do INEM e dos bombeiros.

Bombeiros acionados
Os Bombeiros de Leça do Balio foram acionados para a ocorrência às 15h46 e chegaram ao local às 15h52, apurou o CM.

PSP também chamada
Após as 16h00, foi acionada a autoridade. Os agentes da PSP chegaram ao local às 16h10.

Funcionária abalada com "negligência"
Miriam Sousa disse ao CM que se trata "claramente de negligência no socorro". Revoltada, não compreende a resposta dada pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM. O caso foi comunicado ao Ministério Público de Matosinhos.

Cão da vítima mortal entregue a um amigo
Joaquim Ribeiro estava acompanhado pelo seu cão quando tudo aconteceu, na tarde de quarta-feira. Já com os agentes da PSP no local, Jacaré, como era chamado o animal de companhia, foi entregue a um conhecido da vítima mortal.
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