"Tenho de pegar ao trabalho às 08h00 e ainda estou aqui à espera. Eles têm o direito de fazer a greve, mas com a consciência de que as pessoas também têm os seus empregos". Os lamentos sucediam-se nos passageiros que se depararam, esta segunda-feira de manhã, com os painéis eletrónicos a dar conta de mais um dia de greve dos trabalhadores da STCP.
Os tempos de espera indicados davam conta de atrasos de mais de uma hora para algumas linhas de autocarro no Porto.
"Estou há mais de uma hora à espera e ainda tenho outra hora pela frente, tenho de estudar e já lá devia estar", afirmou um jovem, na paragem de autocarro da avenida de França.
Os trabalhadores em greve juntaram-se esta segunda-feira em protesto nas estações de recolha de Francos e da Via Norte. "A adesão à greve está na ordem dos 50 ou 60%. Dos cerca de 400 autocarros, temos à volta de 200 a circular (...). A empresa propôs um aumento salarial de 15 euros, mas exigimos pelo menos 30 face ao aumento também do salário mínimo", disse José Manuel Silva, presidente do Sindicato de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte.
Em cima da mesa estão ainda as condições de trabalho. "Trabalhamos nove dias para descansar ao décimo, não conseguimos sequer fazer refeições com a família", acrescentou Sandra Teixeira, motorista da STCP.n