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Correio da Manhã

Sociedade
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Máscaras devem continuar obrigatórias em lares e transportes, defendem peritos

Equipa que aconselha o Governo pede medidas mais apertadas para residências dos mais velhos e certificado digital de fácil acesso.
João Saramago e Edgar Nascimento 17 de Setembro de 2021 às 01:30
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Máscaras devem continuar obrigatórias em lares e transportes, defendem peritos
Uso de máscara deve permanecer obrigatório nos lares e também nos transportes públicos, mesmo quando se alcançar os 85% da população com a vacinação completa, defendeu esta quinta-feira, na reunião no Infarmed, Raquel Duarte, investigadora da Universidade do Porto, que lidera a equipa de peritos que aconselha o Governo na definição do processo de desconfinamento.

A antiga secretária de Estado da Saúde entende que é o momento de efetuar uma "transição da obrigatoriedade das medidas para uma responsabilidade individual", lembrando que "não entrámos numa fase de cancelamento das medidas".

Por seu turno, o Presidente da República reconheceu que há "um fechar de uma página", perante a redução do número de novos casos e de mortes, mas sublinhou que "a pandemia não terminou, continua a haver internados nos Cuidados Intensivos e mortos". Marcelo Rebelo de Sousa disse que "vai acompanhar atentamente o aparecimento de novas variantes" e sublinhou que "restrições serão impostas, se houver circunstâncias que o justifiquem". O Presidente destacou as recomendações dos especialistas de adaptação de regras de "transição para uma nova fase a circunstâncias concretas", nomeadamente nos lares e transportes públicos, "onde há circunstâncias de risco maior a explicarem precauções maiores".

A especialista Raquel Duarte defende a existência de um plano perante a possibilidade de "um reforço massivo da vacinação", acrescentando que "os idosos devem ser um grupo prioritário para a terceira dose da vacina". A médica pneumologista recomenda que o certificado digital continue a ser obrigatório apenas em situações de maior risco. Pediu, também, que o acesso ao certificado seja "fácil, universal e gratuito", sublinhou. Em relação aos transportes públicos, a especialista defende o uso obrigatório de máscara.

A intervenção dos peritos foi coordenada pela ministra da Saúde, Marta Temido, que procedeu às apresentações.

PORMENORES
Variante Mu em 7 distritos
A variante Mu, com origem na Colômbia, foi detetada em 16 concelhos de sete distritos, com um total de 32 casos. O último registo foi detetado no fim de julho, disse João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Jovens mais tristes
A especialista Carla Nunes, da Universidade Nova de Lisboa, destacou que os mais jovens mostram piores efeitos na saúde mental devido ao distanciamento. Aumenta a percentagem de pessoas mais novas que se sente ansiosa ou triste.

Saída da lista vermelha
No mapa sobre decisões de viagem dentro da União Europeia, Portugal passou a constar no grupo de países que apresenta "risco moderado". O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças coloca agora Portugal no laranja, o segundo nível menos grave depois do verde (situação favorável).

Efetividade da vacina e novas variantes determinam medidas
"Estamos no fim de uma fase pandémica", frisou Pedro Pinto Leite, chefe da Divisão de Epidemiologia e Estatística da Direção-Geral da Saúde. O especialista apresentou os cenários traçados pela DGS e INSA para o outono e inverno. No mais otimista, a efetividade da vacina mantém-se durante pelo menos três anos e não surge nenhuma variante que faça frente à Delta.

O cenário intermédio prevê a redução de efetividade da vacina ao fim de um ano, mas sem uma nova variante. O mais preocupante prevê a descida da efetividade da vacina e o surgimento de uma nova variante, que assuma a dominância. Pedro Pinto Leite explicou que no primeiro cenário entra-se numa "fase de transição", em que a missão é "adequar as necessidades da população à situação epidemiológica e à imunidade da população". No segundo, o País entra em "controlo e contenção", e no mais grave, regressa-se à realidade vivida até há pouco tempo, de "mitigação".

2,4 milhões de pessoas com terceira dose
Está definido o calendário de aplicação da terceira dose contra a Covid-19 e também da vacinação contra a gripe. No caso da Covid-19, a vacinação em massa termina dia 26. A inoculação da terceira dose tem início em dezembro e vai até março, num total de 2,4 milhões de pessoas. No dia 11 de outubro arranca vacinação contra a gripe, que decorre até dezembro, sendo chamadas 1,8 milhões de pessoas.

Autorização para menores de 12 até 2022
As farmacêuticas poderão solicitar a autorização para uso das vacinas aprovadas contra a Covid-19 em crianças com menos de 12 anos até ao final do ano.

Ensaios clínicos em recém-nascidos
Estão planeados ensaios clínicos dos 0 aos 6 meses e dos 6 meses aos 12 anos (Pfizer) e dos 0 aos 12 anos (Moderna e AstraZeneca).

Povo votou a favor da vacinação
O Presidente da República assinalou a adesão do povo à vacinação, numa votação favorável maioritária que demonstra "caráter ultraminoritário" de "negacionistas".

45 surtos em lares e queda de anticorpos
Portugal regista atualmente 45 surtos em lares. Um estudo sobre imunidade em lares do Alentejo e do Algarve indica a diminuição dos anticorpos em idosos 4 meses após a vacinação.
Mais informação sobre a pandemia no site dedicado ao coronavírus - Mapa da situação em Portugal e no Mundo. - Saiba como colocar e retirar máscara e luvas - Aprenda a fazer a sua máscara em casa - Cuidados a ter quando recebe uma encomenda em casa. - Dúvidas sobre coronavírus respondidas por um médico Em caso de ter sintomas, ligue 808 24 24 24
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