A Sociedade Portuguesa de Reumatologia e
Colégio de Reumatologia da Ordem dos Médicos alertaram esta terça-feira, através de um comunicado, para o uso excessivo de hidroxicloroquina - fármaco usado para tratar
doenças reumáticas inflamatórias sistémicas - no tratamento de doentes positivos de Covid-19.
Em causa está a escassez desta medicação para os doentes com doenças reumáticas.
"A Hidroxicloroquina é actualmente utilizada em diversas doenças reumáticas inflamatórias sistémicas, nomeadamente no Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), Síndrome de Sjögren , Artrite Reumatoide entre outras. É um fármaco essencial no controle destas doenças graves, incapacitantes e potencialmente fatais se não forematempada e adequadamente tratadas", descreve a SPR e CEROM.
O mesmo comunicado sublinha que esta terapêutica é essencial para pacientes com este tipo de doenças e que não pode ser feita de forma irregular pelo que "deverá ser garantido a estes doentes o acesso a esta terapêutica.
"Existe uma preocupação por parte do CEROM e da SPR, comum à EULAR (European League Against Rheumatism) que se possa assistir, no contexto de espectativas infundadas no âmbito da Pandemia COVID-19, a uma prescrição indiscriminada e exagerada destes fármacos", alerta o comunicado.
Face a esta situação, as duas entidades propõem "bloquear temporariamente a disponibilização da Hidroxicloroquina na farmácia comunitária a doentes que não o faziam anteriormente", "dispensar a cada doente o número de embalagens ajustadas para esta situação temporal e os constrangimentos da regra do isolamento social".
Na lista de proposas inclui-se ainda "exigir em caso de dúvida a apresentação de declaração médica justificativa de indicação para Doença Reumática crónica", "restringir a utilização deste fármaco no contexto da Pandemia COVID-19" e "aumentar a disponibilidade deste fármaco no mercado nacional".