"A ERC não se substitui ao serviço público de televisão nem o crucifica. Sempre defendi que este sistema de avaliação é o que melhor preserva a própria liberdade de Informação. Este é o primeiro relatório e, portanto, não vou crucificar a RTP nem a sua Informação, mas a ERC também não vai deixar de destacar o que lhe parece melhor e o que não corresponde ao serviço público", disse ao CM Azeredo Lopes.
Segundo o relatório, a presença do Governo e do PS na RTP 1 e RTP 2 chegou aos 56,23 %, ultrapassando o valor de referência apontado pela ERC com base na representatividade eleitoral, que é de 50 %. Já a presença do PSD, enquanto maior partido da Oposição parlamentar, ficou aquém do valor de referência do organismo regulador (27,67%), apresentando-se com 17,78%.
Este valor influenciou o quadro da presença da Oposição parlamentar (PSD, PCPPEV, CDS-PP e BE), que, no seu conjunto, registou uma presença nos três principais Blocos Informativos daqueles dois canais de 42,83%, sendo o valor de referência de 48%.
COMENTÁRIOS
"AUSÊNCIA DE PLURALISMO": Agostinho Branquinho | Deputado do PSD
"O relatório vem confirmar a ausência de pluralismo na RTP. Amanhã anunciaremos as medidas políticas que vamos tomar em relação à gravidade das conclusões daquele documento."
"FALTA FORÇAS SOCIAIS": Arons de Carvalho | Deputado PS
"Existem três pontos essenciais no relatório: a subvalorização do PSD face aos outros partidos da Oposição; o apagamento do PS e o facto do documento não incluir a participação das forças sociais."
"COINCIDIU COM PRESIDÊNCIA": José Alberto Carvalho | Director Informação RTP
"A análise [da ERC] coincidiu com a presidência portuguesa da União Europeia, o que conduziu à cobertura jornalística de iniciativas do Governo que não levam a grande debate e não exigem contraditório."
NOTAS
COMENTADORES DE VÁRIAS IDEOLOGIAS
A ERC nota "ausência, nos espaços de comentário político, de personalidades ligadas a correntes ideológicas e partidárias", para além de ‘As Escolhas de Marcelo’e ‘Notas Soltas’, de Vitorino.
RELATÓRIO SOBRE CANAIS PRIVADOS
Ainda este mês, a ERC apresenta no Parlamento outro relatório sobre o pluralismo político--partidário, desta feita sobre a análise efectuada à Informação dos canais privados.